saiu do armário e agora?! nada como um dia após o outro… tudo se explica, tudo se vive, tudo se resolve.

Tem dias que, acordamos pensando: onde estamos?
Tem dias que, sabemos onde estamos, e pensamos: o que estamos fazendo.
Tem dias que, sabemos onde estamos, o que estamos fazendo e, depois de olhar para o lado concluímos: melhor seguir.

Em frente?! não é ?!

Isso é o que sente toda pessoa que, em um determinado momento, depois de assimilar tudo o que a vida lhe apresentou, devolve a sociedade a frase “eu sou gay” e a atitude “saí do armário”.

Essa fala, é um ato externo que reverbera um impulso muito forte, quase que incontrolável, e recai como se uma bomba fosse na vida de algumas pessoas, nas relações sociais daqueles que prezam a “família tradicional” em primeiro lugar e de todos os que, até então tinham, ou seguiam, você (ou sua família) valorizando o espaço (e imagem) em detrimento dos valores pessoais que cada um carrega por si mesmo.

Falo por mim.

Quando me dei conta do momento…. em que finalmente havia percebido, de forma clara, objetiva, que a minha natureza afetiva que é diferente da tradicional, senti um alívio seguido de medo.

Porque até então havia construído uma vida, um casamento, sem culpa, sem censura, de modo que mudar significou naquele tempo, renunciar uma circunstância da vida, renunciar aquele amor, aquela vida amorosa, aquela felicidade, aqueles amigos, enfim, tudo.

Sobrou isso ” . ”

Um ponto no meio do nada…… e a esperança que dias melhores virão.

Para mim foi um momento turbulento.

A diferença deste momento para todos os outros momentos que, na minha vida, criaram dúvida e angustia foi a tranquilidade e certeza de estar fazendo, a época, a coisa certa por estar vivendo a verdade.

Dizem os gringos “the truth will set you free” e tem razão, a verdade liberta.

Perdi uma ex mulher que um dia espero seja amiga.

Em compensação, encontrei o amor próprio e o Love, amor da minha vida, aquele com quem compartilho os problemas, as situações corriqueiras do dia-dia, e as alegrias sem qualquer tipo de depressão ou culpa de estar (ou não) vivendo a vida como deve ser vivida.

Ganhei nada menos do que eu mereço: O COMEÇO! e isso não tem preço.

Baú da Felicidade

Saudade vai, dizer ao vento, a saudade que ele nos deixou.

Quando meu amigo querido José Ronaldo Muller tirou essa foto, em meio ao tumulto que é viver uma campanha política, não poderia imaginar que seria responsável por eternizar a memória e ultimo registro fotográfico que tenho do Ary Galdeano e Família.

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