Você lembra qual é seu livro favorito da infância?
Ontem falei de três livros que me marcaram quando jovem, hoje a pergunta é sobre quais livros marcaram a minha infância.
Curioso é que o primeiro livro que veio a mente, chamado Fogo no Céu, trata do folclore da festa junina. O que dizer? Adorei o livro. Era um dos preferidos, rabisquei, li, desenhei o balão, a galinha e por aí vai. O ponto desse livro com o que esta acontecendo na atualidade, é que o folclore foi perfeitamente entendido. O livro não me incitou a construir e soltar balão caseiro por exemplo, o que na educação de hoje, parece não seria possível.
Fico bobo com a quantidade de adaptações. Cantei (e canto) atirei o pau no gato sem nunca ter feito mal a eles. Na minha opinião mal trato a animal esta mais relacionado a falta de educação que a bem da verdade deveria ser dada pelos pais, restando a Escola o trabalho complementar de instruir. No entanto o bicho pega quando os pais não educam e a escola por consequência fica sem instruir.
E também não pensem que foi fácil me educar depois de ler o livro Marcelo Marmelo Martelo passei um tempo a inventar muitas palavras.
No top 3 livros infantis segue de onde vem os bebês. Me divertia nas ilustrações e olhando para trás vejo o quanto a literatura de antigamente explicava coisas simples em linguagem fácil e acessível.
Liste três livros que influenciaram você. Por quê?
Acho que os livros que mais me influenciaram foram aqueles lidos na escola porque me ajudaram a refletir desde cedo sobre o que sou e quem sou.
“Senhora”, um romance de José de Alencar, conta a história de Aurélia, uma jovem rica e bonita, mas que sofre preconceito pela sua origem modesta. Ela é rejeitada por seu amado, Fernando, que se casa com outra mulher para obter riqueza e prestígio social. Determinada a conquistar o amor de Fernando, Aurélia torna-se uma empresária de sucesso e rica. Quando ela encontra novamente Fernando, agora arruinado financeiramente, ela oferece-se para casar com ele em troca de sua lealdade e amor. O romance é uma crítica social sobre a hipocrisia, preconceito e materialismo que eram comuns na sociedade brasileira do século XIX.
Quando li esse livro cursava a quinta serie do então Colégio Padre Antonio Vieira e mudou profundamente a forma pela qual passei a olhar algumas coisas na vida. Porque passei a olhar para o lado e ver meus colegas de classe diferente. E me percebi diferente do contexto.
Foi quabdo me dei conta que estudava no Colegio Padre Antonio Vieira, escola tradicionalmente conhecida por acolher pessoas ricas e com prestígio social. Até então não sabia o que significaria isso, porque nunca me vi pelo prisma de ser filho de pai rico. A família era – e sempre foi – criada na base do trabalho, e la em casa bem cedo meus pais ensinaram que a minha unica obrigacão pelo menos ate atingir a maioridade era estudar, depois trabalhar.
Onde então caberia tempo para as tarefas normais do tipo que os amigos do colegio fazem? não vou viajar para Angra ou Itaipava para o final de semana? e porque teria que viajar se de fato tinha em casa tudo o que precisava? E nas férias, o que faria?!
Se bem que antecipei aqui o efeito da desconstrucao que havia sido iniciada a partir da leitura do livro Menino no Espelho de Fernando Sabino
“O Menino no Espelho” é um romance autobiográfico escrito por Fernando Sabino. A história é sobre um menino chamado Fernando, que vive no interior de Minas Gerais, e que passa por diversas aventuras e descobertas em sua infância. Ele começa a questionar a sua própria identidade ao perceber que o seu reflexo no espelho tem vida própria. A partir daí, o menino inicia uma jornada de autoconhecimento e descoberta, que o faz amadurecer e compreender melhor a si mesmo e ao mundo que o rodeia. Com uma linguagem simples e coloquial, o livro aborda temas como infância, família, amizade e identidade, de forma poética e nostálgica. “O Menino no Espelho” foi considerado um clássico da literatura brasileira para jovens e adultos…
A vantagem de ser criado ao redor dos livros foi essa, basicamente, desde pequeno tive acesso a muitas palavras. Tempos depois percebi o quanto isso foi importante, alias, se hoje consigo escrever esse blog com algum poder de sintese certamente fui ajudado pela literatura que li durante a vida.
“A Morte de Quincas Berro D’Água” é um livro escrito por Jorge Amado, publicado em 1958. A história se passa em Salvador, na Bahia, e segue a vida de Joaquim Soares da Cunha, mais conhecido como Quincas Berro D’Água, um ex-funcionário público que, após uma vida de deboche e excessos, passa a viver como mendigo e frequentador dos bares e da vida boêmia da cidade.
Após sua morte, seus familiares tentam enterrá-lo de acordo com as normas sociais e religiosas, mas seus amigos da vida boêmia resolvem homenageá-lo com um enterro no mar. A partir deste conflito, o livro aborda temas como a marginalização social, a diferença de classes e valores culturais, além das relações familiares e entre amigos.
“A Morte de Quincas Berro D’Água” é uma crítica social ao sistema brasileiro e reflete a sensualidade e a paixão, tão características na obra de Jorge Amado… sabe la se hoje e um livro autorizado..
Descreva algo simples que você faz e que traz alegria para sua vida.
Talvez um dos maiores ensinamentos que a vida me trouxe foi o de reconhecer e aproveitar momentos de Alegria ou felicidade.
No entanto percebo que o mundo moderno, na maxima de ser feliz, ser cool, ser midia social, ser legal, está fadado a tristeza qualificada. Acho que no futuro se essa vibe não mudar, em breve surgirá a escala dos menos tristes ao invés da constatação que existem os mais ou menos alegres.
A sociedade da forma que está se desenhando é incapaz de apreciar um conjunto de coisas ou situações simples como suficientes para o alegado estado de felicidade. E olha que não entrei no campo das sensações e emoções.
Portanto nao existe dificuldade alguma em ter alegria ou momentos de alegria. O bicho pega quando o lifestyle de felicidade absoluta, que me parece que e o momento atual que a nova geracao digital vive acontece.
Para ser objetivo e simples com a proposta do tema, coisas simples fazem toda a diferença no dia, como por exemplo: me dedicar ao marido; me dedicar aos amigos; cozinhar (para minha surpresa); LER; ouvir musica; assistir filme, assistir video no youtube; fazer algum tipo de exercicio fisico; cuidar e consertar coisas e objetos, por ai vai… agora no topo da lista o maior motivo de alegria é acordar e ter ao lado uma pessoa para abraçar, meu marido. Nossa como o dia comeca bem quando depois, ainda que tenha acordado agitado, paro no quarto para aquele abraço de bom dia e realizo a família que temos com os filhoa caninos.
Creio que se tivessem tempo para refletir melhor sobre isso não teríamos esse problema. A questão se torna tanto um quanto complexa quando estes não entendem que a reflexão sobre isso impõe minimamente conhecimento x maturidade para entender o lado pessoal. E não dá para viver na base do audiolivro, da leitura de resumo ou livros resumidos.
Tempos atrás escrevi um dia, não muito longe, ler e entender seria para poucos, interpretar seria tarefa so para iluminati.
Pode até ser que consiga, porém será muito mais difícil. Para uma nova geração que vive na base do tempo de tela fica difícil fixar na leitura pelo celular. Afinal nada é tão agradável quanto segurar um livro.
Hoje me deparei com a seguinte situação, 3 pessoas que não se conheciam em algum momento na sala vip antes do embarque tiraram uma foto com um copo de champanhe.
O champanhe era bom? Não. O glamour da sala VIP que é acessível a todos que viajam ou pagam para usar existe? Não. Viajar é um estilo de vida? Não. Em um determinado momento um pegou um livro com uma mão e champanhe com a outra pousou para a foto e perguntou a fotógrafa “é forçar a barra né?”. Poucos segundos depois ambos concordaram deixaram o livro de lado e ficaram na pose.
Em contrapartida esse é o maior motivo de tristeza. Ver que muitas pessoas com potencial esqueceram do básico para se enquadrar nesse padrão. Outras sequer querem saber. No fim do dia todos nós temos semelhante dificuldade para viver e empreender. A par dos momentos felizes.
Primeiro de tudo, nada como ter amigos! Criar e cultivar amigos é como viver um milagre. Acontece com todo mundo, no entanto nem todos estão preparados para ter ou acreditam.
Amigos são a primeira forma de relacionamento que criamos na vida, daí porque são importantes. Os poucos que conseguem ultrapassar a barreira das questões mundanas acabam sempre iluminando nossa vida, chego a usar uma expressão nem sempre compreendida, que fazem parte do meu acervo afetivo.
Portanto aquele seu amigo do peito é um tesouro. Raríssimo de achar.
Talvez o maior ponto de reflexão para essa pergunta não é sobre qualidade, ja que de uma forma geral, acredito que uma pessoa para se qualificar como amigo de outra deve ser honesta, confiável, ter senso de humor, ser leal e por aí vai. Essas qualidades quando permeadas por empatia perfazem a fórmula mágica para uma amizade duradoura.
Fato: não perdemos amigos por falta de qualidades e sim pela incapacidade de lidar e compreender seus defeitos.
Exemplifico: um amigo honesto porém dissimulado não dá para tolerar. De igual forma aquele confiável porém ganancioso faz qualquer um ter um pé atrás. Ainda que seja divertido e se diga seu amigo.
Então a enumeração simples de qualidade de amigo torna-se improdutiva, de modo que não vou perder o nosso tempo com aquela hipocrisia tipo amigo é aquele que me defende antes de tudo blah blah blah.
Porque ao contrário da lição da tia no colégio, viver é violento, o homem, como já ensinado por Deus é falho, certamente na máxima da Dilma tipo ninguém perde nem ganha, nem que perde nem quem ganha, ganha… todos nós perderemos ao final.
E a minha vida se resume a isso… o maior aprendizado que fiz ao fazer e enterrar amizades foi entender as minhas fraquezas ou anseios que levaram a considerar basicamente um picareta por amigo.
Interessante notar como no mundo de hoje, ao ler uma pergunta como a de hoje, algo simples, penso objetivamente na resposta em seguido ao pensamento como estou me sentindo.
Tem algo na pergunta sobre quantos empregos ja tive me coloca no modo defensivo dado o fato que, como advogado tive apenas um emprego de carteira assinada a época na RJZ.
Isso não significa que não tenha no passado buscado relação formal de emprego tanto em empresas ou escritórios. No entanto, ao que parece a formação acadêmica e universitária me capacitou ao patamar de empregado por meios próprios.
Quando em 2012-13 recebi a oportunidade de iniciar o meu escritório de advocacia vivi um momento muito feliz. Ainda que com medo, o que hoje olhando para trás é natural, virei algumas chaves internas que dão certo ha mais de dez anos.
Desde sempre no Tribunal de Ética da OAB, embarquei no voo solo, o que aliás todos que conviviam ao meu redor ja diziam.
Então porque não segui o início desse caminho relaxado, feliz, porque estava no início da construção da carreira fantástica ja tendo inclusive realizado um sonho de criança que foi passar pela candidatura a deputado do início ao fim imaculado.
Porque isso não gerou a época um sorriso?
Simples, estava seguindo um caminho sem olhar para dentro com aquela visão de aceitação. Como casa decisão implicava em um caminho, responsabilidades a parte, olhando para trás hoje posso avaliar as curvas e os ajustes de conduta realizados com calma e clareza.
Portanto o que importa para mim não é responder quantos empregos ja tive, e sim, o que aprendi com os empregos e depois de anos de experiência com o escritório.
Hoje fortalecido o sentimento mudou. Eu sou um sobrevivente, consegui superar a adversidade inúmeras vezes e por isso consigo mensurar o meu valor, ainda que antes de qualquer outra pessoa.
A experiência da porta aberta criou uma casca que se aplicou as decisões básicas tipo cliente para dentro, cliente para fora. Sócio para dentro, sócio para fora. Aquela maturidade que comumente é contestada e sentido falta em jovens juizes que não tiveram tempo de esquentar a cadeira no escritório, aqui foi assimilada. A necessidade de entregar o trabalho e a dinâmica das relações pessoais com à empresarial aprendi desde cedo ao me enveredar pelo LL.M aqui, extensão nos EUA e no único emprego que tive. Um mês de contratado ja sentava ao lado do Rogerinho na mesa dos diretores.
Isso mostra duas coisas. Além do fato que não sou o funcionário padrão repetidor de dados e tarefas, motivo pelo qual tive tantos clientes e não me firmei em um emprego, consigo provar que construi músculos com essa experiência. Foi indolor? Não. Foi imatura? Claro afinal ninguém nasce sabendo. Foi difícil? É até hoje…
Portanto a energia por trás dos desafios foi importante.
As vezes olho para trás e percebo, fiquei tanto tempo me esforçando tanto, tentando tanto e com tanta vontade que só fui me perceber gay por exemplo depois dos trinta e cinco.
A grande lição por trás disso é, tivesse tido tempo para mim talvez seria menos sofrido, certamente teria tomado menos ansiolíticos, anti depressivos, talvez mais confortável as escolhas não teriam sido tão difíceis, saberia eu o meu lugar desde cedo. Talvez a forte influência da criação não teria me permitido.
Fica ai essa reflexão com a leveza de quem ha dias atrás escreveu e disse, ter tudo esta fácil, difícil é saber aproveitar o que tem sem confundir com as dificuldades e os desafios profissionais que tem, também sem vincular o resultado do trabalho como determinante no querer…
Entendo que a resposta a essa pergunta tem duas partes sendo a primeira nostálgica que cito abaixo
Naquele tempo, a comunicação era melhor apesar de ser lenta, a consecução de tarefas básicas exigia esforço mental e com frequência o lidar das questões do dia-dia exigiam a presença física das pessoas.
Me informava através das notícias lidas em jornal e revistas especializadas. A educação funcionava através da leitura portanto fui obrigado a ler vários livros.
Para assistir um filme era preciso ir ao cinema, o ingresso era caro e a pipoca custava um trocado… precisava ir a lojas físicas para comprar até mesmo as peças do computador.
Notícias do mundo só no reporter esso e por aí vai.
Eu particularmente confesso não comprei o estilo de vida trazido pela Internet. Demorei uns 2-3 meses para comprar um computador que não tinha no estoque da loja para levar… pois é não deixei esse hábito de lado, preciso antes ver o que vou comprar.
Além disso, não desfiz de nenhum VHS, CD, DVD que comprei em razão dos serviços de streaming. Aliás até hoje compro música no celular e escuto basicamente meu acervo e não o que é empurrado.
Mantendo um computador tipo 486 dx2/66 com Windows 3.11 para rede em casa, ainda que para efeito histórico, sou capaz de programar nele e exercitar as lições aprendidas no passado.
A vida sem a internet não era ruim, acho que era melhor, porque não havia sobre tudo e todos esse constante olhar observador e julgador sobre o que na internet esta. O regionalismo era compreendido sem bandeiras e exagero.
No entanto o mundo hoje se desenvolve através de crises globais. Com o advento da Internet e muito recentemente com a proliferação em massa dos smartphones o mundo saiu do controle.
Se no passado eram eleitos políticos para nortear caminhos, hoje o que vale é a plateia. Viver no mundo a base do “meu telefone minhas regras” é ruim, gera conteúdo inútil, improdutivo e que precisamos passar sempre.
O filtro inicial saiu. Somos hoje interconectados a pessoas com ou sem educação e esta tudo bem. Ate olhar para dentro e realizar que a Internet não educou ninguém, não sistematizou nada e o pior, mal implementada terminou por impulsionar a formação de jovens basicamente para três areas: os que gostam do lifestyle, aqueles que buscam dinheiro e por fim um público focado na saúde.
Seguimos ladeira abaixo com esse tempero. Para que se preocupar com a formação dos filhos se podem quando crescer podem escolher o que for melhor para eles nessa sistemática?! De outro lado são infinitas as histórias do tipo pai rico filho pobre como justificativa para aplicar em cripto ou qualquer outro ativo complexo volátil sem qualquer garantia ou cuja certeza se abala com os escandalos que vão da light para a americanas. No fim restam aqueles focados no que é bom para a saúde, como levar a vida e seu corpo ao equilíbrio.
De pensar que esse termo foi abolido e todos nós estamos on-line e off-line aperta o coração.
Foram tempos bons e digo ainda são.
Convido deixar o celular de lado, usar o controle remoto da tv, ir ao mercado e hortifruti e se for urgente passe um fax com documento e não aquele do banheiro.
O que “ter tudo” significa para você? É algo viável?
No mundo atual suponho que para muitos seja extremamente difícil. Afinal de contas é preciso primeiro deixar a emoção de lado, o apreço a cultura do lifestyle e fazer uma reflexão sobre onde verdadeiramente estamos a par da interferência do desejo e satisfação.
Convivo diariamente numa sociedade onde muitos pautam seus atos na cobiça a vida alheia, principio que para os desavisados e os que ignoram gera insatisfação.
Em termos práticos me parece que muita gente é ligada em marca, valores que norteiam a mesma inseridos no contexto de um estilo de vida. Não se dão ao trabalho de olhar para si.
O que entendo por ter tudo?
É viver ao lado de quem amo, acordar em meio aos nossos filhos, enfrentar os desafios impostos pelo trabalho agradecendo primeiro a Deus antes de pensar em qualquer coisa.
É compreender que no mundo que vivemos temos demais. O Brasil é muito duro para muitos brasileiros que sequer agua potável tem. Fazer a refeição do momento sem a preocupação do que será na próxima é uma realização. Ja esqueci muita coisa ao longo da vida, porém a menina que me pegou a mão e disse “tio esse é o pão nosso de cada dia” jamais vou esquecer.
Nesse contexto é perfeitamente possível viver o presente.
Ainda que a coletividade nos tire da zona de conforto pela enorme quantidade de problemas que surgem mais rápido que boleto, em consequência a vida em sociedade, tenho Deus, portanto tenho trabalho, amor, família e filhos, e com a fé nada me faltará.
Essa pergunta no mundo atual parece um enigma. Com o recente aumento de funções acessíveis a qualquer um por smartphone, cada vez mais me vejo ligado a tela.
Tempo de tela, para quem não é organizado e metódico, acaba sendo tempo para misturar vida e trabalho.
Ainda que fora da tela esteja sempre trabalhando, acho que alguns critérios objetivos podem de fato nos ajudar.
E como toda mudança requer uma dose de conhecimento, experiência, tentativa e erro, o primeiro passo é ser realista em relação ao que eu quero.
No meu caso comecei com objetivos pequenos. Um pouco menos de telefone, um pouco mais de olhar ao meu entorno e ja comecei a fazer a diferença. Não me engajo em mudança radical.
Mudar as prioridades é outro passo importante. Muitas vezes percebi que só não consegui aproveitar o tempo on-line e off line bem, incluindo aí o trabalho, porque em algum momento estabeleci uma prioridade que gerou um conflito de programação. Difícil alguém não ter prioridade, mais fácil é que seja inadequada para o momento que é atacada, isso chamo dor do amadurecimento, saber elencar os programas com as prioridades certas, incluindo aí o trabalho.
Estabelecer uma rotina, que seja para ser alterada no futuro é um bom começo. Como tudo que começamos e desfocamos ou perdemos ao longo do caminho, uma rotina de exercício para quem vive é fundamental. Nosso corpo exige esse movimento.
Bater papo é fundamental. Não a toa escrevo aqui ha alguns anos, ajuda a organizar ideia. Também acabo que falo para todo mundo o projeto engajado. Não tenho problema com o que os outros pensam e sim um compromisso pessoal de melhorar, balancear, mudar, então a fala em nada me atrapalha.
Isso é o que consigo fazer, agora quer saber o que não faço?
Tirar férias. Esqueci quando pela última vez tirei 30 dias de férias. Também não me lembro quando 15 dias foram bons. Férias tem sido muito curtas, de 7 a 10 dias o que reconheço não é bom. No entanto esse item é o que estou tentando melhorar.
Sair para conhecer o mundo ou deixar de trabalhar se sentindo livre e desempedido é o primeiro passo para evitar burnout. Também ajuda muito no convívio com o próximo. No entanto é preciso aprender, viver, aceitar isso sem culpa. A medida que envelhecemos ficamos numa espiral entre o trabalho qualitativo intenso e o quantitativo monotono. Nessa roda furiosa estabelecer critérios na agenda para desconexão e férias está difícil.
Fácil seria se fosse organizado. Não que seja uma bagunça, porém tem sido mais difícil manter a organização na mesa e trabalho.
Para manter fora da tela, aproveito que não me rendi ao Netflix, Spotify e demais serviços on-line, e ocupo bem o tempo fora do trabalho para escutar CD, assitir DVD, até mesmo fita k7 ou VHS.
Na melhor das hipóteses balanceio os dois mundos vivendo um pouco do presente sem a ausência e esquecimento do passado, algo que a cultura digital e moderna extirpou de todo habitante do planeta.
Quando penso no termo liberdade o primeiro pensamento que vem a mente é o livre arbítrio. Penso que sou livre para agir conforme a minha vontade. Pelo menos no campo do pensar posto que a vida em sociedade nos impõe viver e aceitar esse termo de forma completamente diferente.
A questão fica complexa quando depois de alguns anos passamos a entender que devemos analisar o termo sem emoção, portanto, ainda que a definição precisa nos ensine que a liberdade de pensar e falar sem restrição, ou de tomar decisão e viver de acordo com sua convicção seja demonstração de liberdade na prática ela não existe.
Demorei um tempo a perceber o quanto somos tolhidos de ser livres. E o tempo que passamos ao telefone é apenas a ponta do iceberg.
Foi rápido demais. Em 50 anos a televisão dominou o rádio e os usuários on line pelos chats derrubaram revistas e jornais.
O noticiário não faz mais perguntas, aproveita o sentimento en torno da notícia e amplifica o fato reproduzindo vídeos dos telespectadores e daqueles que testemunharam os fatos para provocar no gado a sensação de liberação de dopamina na chamada para a reprodução de outro vídeo.
Então é fácil compreender o porquê existem pessoas muito ligadas a distribuição de conteúdo, que pode até ser notícia, em detrimento do julgamento e da análise de valor em relação ao fato e acontecimento.
É fácil perceber outro aspecto inerente a eventual moderação pela suprema corte do ambiente online mormente no que diz respeito as empresas fornecedoras de platatorma de comunicação sob pretexto de combate a fake news por conta do efeito devastador das emoções que surgem pela leitura sem discernimento do conteúdo online.
Se de um lado todo mundo é livre para fazer de sua vida o que deseja, me pergunto que liberdade existe no ato de disciplinar e exigir conduta diversa de outro?
Acho que esse é o ponto por trás da grande polêmica da fake news. É da falência dos meios de comunicação que se aproveitaram de um conjunto de fatores proporcionado pela tecnologia e valendo-se dessas variáveis passou a controlar em um nivel macro o povo.
Quando voce tem instituições e pessoas, fisicas e juridicas, ligadas não só a notícia como também ao entretenimento buscando espaço na normalização de uma faculdade autônoma se pergunte porque e reflita se isso é justo.
Moro no Rio de Janeiro uma cidade maravilhosa, palco de violência diária, falta de educação, falta de água, falta de luz, falta de dignidade a muitos cidadãos e o problema aqui esta longe de ser a fake news.
Do presidente ao prefeito e governador, do ciep ao ciac, falta de creche, falta de saúde, me espanto ao ligar a TV e assistir o RJTV noticiando esses fatos como se fosse novidade.
Novidade é que um olhar crítico quando ninguém assume culpa, quando o judiciário não pune, a escola não educa e o trabalho não proporciona melhor qualidade de vida para muitos e não se pode reclamar.
A tal da democracia exige o direito de resposta, réplica, treplica em debate eleitoral, tudo improdutivo.
A verdade é que liberdade no mundo moderno não existe. Quando on-line significa estar sob um contrato cuja regulamentação é mais restritiva do que diz a constituição, não somos livres, somos burros e burocráticos.
Ainda que seja o sistema constitucional desenhado para ter o comando e última decisão do judiciário romantizado por alguns como poder moderador, quando se analisa a disparidade de decisões tomadas sob o mesmo sistema legal e nacional, tudo torna-se frágil.
Bem entendo que fazem o melhor, trabalham muito e são vítimas do sistema que deixaram criar… no entanto falham ao colocar o interesse social do estado em toda e qualquer relação particular. Falha ao moderar os interesses do particular considerando o interesse social do que julga e entende ser a sociedade ideal.
Porque ideal no mundo não ha. Um gordo obeso não caberá no assento de qualquer avião e a decisão tecnica de adaptar um assento que tem seu custo calculado pela taxa de ocupação não cabe ao Estado. De igual forma combater crime é sempre bem vindo no entanto normalizar as relações das pessoas pelo que se deve pensar e interpretar delas é outro erro histórico.
Sem fim sem possibilidade de critica, portanto, liberdade é modernamente uma faculdade do passado que até neste artigo esta limitada as denúncias e moderação ao site.
Quanto mais vivo mais penso como vão agir estadistas e filósofos e pessoas independentes?! Ate quando vão se enquadrar nesse conceito.
Moro em uma cidade que infelizmente é palco do que entendo ser o maior abismo social no Brasil.
Aos 47 anos olho para trás e percebo que nenhum dos governos anteriores conseguiu prover o povo com serviços públicos de qualidade.
Infelizmente no dia de hoje, escuto histórias e testemunho de pessoas que sequer agua potável tem. Banho sem chuveiro, impensável nos dias de hoje ainda existe.
A situação ruim do Estado do Rio de Janeiro, apesar de ser com frequencia atrelada pela imprensa as crises do mundo, como pandemia por exemplo, em verdade tem sua origem na falta de compromisso e de gestão do Governo com o povo, anos atrás.
Fato: O que é publico custa caro, não é barato e não funciona direito.
Com frequência leio nos meios de comunicação que uma porta de onibus, por exemplo, custa ate vinte mil reais, o que acho um absurdo. Imagina você uma chapa de ferro premoldado sem eletronica alguma custar vinte mil reais. Ninguém se pergunta como e porque, afinal o transporte público no Rio, não é de hoje afirmo pertence ao que tenho por máfia.
As empresas de ônibus usam as mesmas carrocerias, os mesmos chassis, a pior qualidade de conforto e mecânica, nada muda exceto o valor da passagem, atualmente de propriedade do cofre da prefeitura.
Parece um dogma, para ser público tem que ser de pior qualidade e mais caro. Outro dogma, fazer mais por menos, aguentar crise e buscar eficiência só esta no particular.
A par disso criou-se uma indústria de assistencialismo, que ha vinte anos atras dava-se o nome de populismo.
Foi quando o Estado do Rio por seus políticos optou por pautar politicas publicas no assistencialismo popular. Deu-se origem a tudo popular, farmacia popular, restaurante popular, atendimento medico popular.
Não foi bom.
Hoje o que mais vejo é a critica do povo cujo salario pequenininho não lhe permite escolher nada. Uma parcela ficou refem do assistencialismo que modernamente lhe diz até mesmo qual a marca do absorvente que deve usar. Poder de compra e escolha para esse projeto de cidadão constitucional foram retirados.
A constituição para estes é uma obra de ficção.
No fim do dia, até mesmo um remedio de pressão que custa pouco mais de dez reais custa caro para quem tem fome.
E assim, durante a pandemia, foi que Deus me tocou e dei início a um projeto pessoal, que impulsionado por muitos voluntarios chegou onde não imaginei conseguiria chegar.
Meu papel voluntario, que no passado me levou até mesmo a me candidatar, saiu da ideologia e foi para o real. Consegui graças a ajuda de muitos que amam o próximo e dão valor a vida, devolver a comunidade um pouco de amor, que seja através da doação do pão ou um prato de comida.
Ali se fabricam pães para o povo que sofre, para quem diariamente é abandonado pelo poder publico. É triste ver o socorro noticiado todos os dias por uma imprensa parcial, que em todos esses anos não contribuiu em absolutamente nada para a melhora na condição, qualidade de vida e perspectiva das pessoas. A imprensa brasileira parou de questionar.
Para uma imprensa que se pauta em projetos institucionais, a única preocupacao é pedir informação e propagar a desculpa que são as respostas, sem qualquer tipo de transparência, vedada a opinião e reflexão dos anos de aprisionamento do povo na propaganda do show, bar, entretenimento e diversão.
Editorial nos tempos modernos se restringe a formação de plateia, movimento parecido com a doutrinação que se tornou padrão do ensino universitario, ao menos de algumas universidades que permitiram professores serem substituídos em sala por monitores, e trocam aula pela atividade de video como se atividade extracurricular aula fosse.
Meu enolvimento na comunidade é tentar não deixar a lente se ofuscar pelas más ideias que cercam algumas pessoas e são propagadas como verdade absoluta e todo o resto fake news nas mídias sociais e modernamente no grupo de whatsapp/telegram.
Então a forma mais prática que tive para estar perto daqueles que realmente precisam, foi de dar o pontapé na padaria social para distribuir pão aqueles que sequer pão tem. Pão para quem tem fome e emprego para quem precisa, e tambem a doceria social que em breve vai colher seus frutos.
Como podemos fazer sempre mais, consegui auxiliar um atleta em uma competição internacional. Para orgulho de nossa patria venceu aqui e no exterior. Como pode um atleta profissional dez anos depois não ter meios financeiros de competir e representar o Brasil.
Quando venderam ao povo a olimpíada e demais eventos esportivos não estavam falando sério? A história de legado foi essa? Deixar todos ao abandono?
Olho para o lado e ajudo quem posso e consigo dentro de muitos pedidos e minhas possibilidades, volta e meia Deus manda umas mensagens que mostram estou no caminho certo. Sou mais um de seus filhos.
Muito recentemente a sede da associação vai para um imovel tipo galpão, para atender não só a padaria e doceria social, como também assistência básica a mulher com curso de esmalteria.
Muito pouco, realmente, se o Brasil não fosse a selva que é, se não tivéssemos políticos tão ruins e chefes de executivos mais preocupados com suas biografias do que em relafao povo brasileiro, estariamos longe dessa situação.
A reflexao nesse texto seria outra.
Infelizmente nao é, no entanto não perdi a esperanca.
Quando alguém achar um que seja merecedor de voto e que transforme a vida dos outros, por favor avise, nao perdi a fe.