A eleição, o voto e a sacanagem dos outros, o que eles tem em comum? E eu com isso?

VOTO…. uma palavra curta, fácil de falar, difícil de receber e cujo exercício implica em quebrar o tabu que é o exercício da cidadania, e antes que voce se pergunte vou logo dizendo que nao estou falando de sexo, ainda, embora coincidentemente são duas palavras, fáceis de dizer, sem regras definidas e cujo exercicio pode certamente f**** a vida das pessoas, a exceção daqueles que preferem pagar os miseros 3 reais para deixar de votar.

E como se aprende a pedir um voto? O que é preciso fazer para obte-lo? Se voto fosse sexo seria fácil, a gente ficava só trepando – será que foi por isso que a Marta disse relaxa e goza? – mais para mim certamente não é, sou virgem nesse assunto, e assim espero ate o final da vida.

Para aqueles cujo voto implica em abordar uma pessoa na rua e dizer “oi”, “gostaria de me apresentar a você e ao final pedir um contato e um voto de confiança”, “quer saber quem sou? o que penso e porque venho candidato?” esses parecem estar a principio fudidos mesmo.

No dia em que cheguei em casa e disse aos meus pais, que iria renunciar o emprego da minha vida, uma relação que hoje ainda faço parte só que fora do dia-dia, que nessa vida eu iria realizar um sonho que seria fazer uma campanha, honesta, sem sacanagem, para dedicar a minha vida em prol das pessoas… ouvi mais uma vez que estava lascado, para não dizer outra coisa.

Como seria possivel? E logo voce meu filho que é bem sucedido, como quer fazer isso no Brasil? Boa intenção? Caia na real, não existe isso na politica brasileira não, tudo no Brasil fica mal feito ou mal aproveitado, você se não fizer o jogo deles vai sair, ser expulso ou ate morrer.

Mais um motivo para me candidatar, afinal, pessoas como eu, jovens e dispostas estao em falta, aceitei o desafio e pensei: não pode ser tao ruim e se fosse ninguém estaria nisso nem eu teria essa chance, e se a dificuldade em casa é essa, tudo certo, a unica certeza que tinha e isso me motivou, foi a que poderia finalmente pedir o meu primeiro voto, como se tivesse rompendo um cabaço – e estava – pois aquela seria a minha primeira vez.

No final das contas, se candidatar e pedir voto é fácil, diria extremamente fácil.

Dificil é ouvir o que as pessoas que não te conhecem, não sabem quem você é, não tem idéia do que voce pode fazer por elas e o quanto a política que pretende se engajar pode contribuir para a melhora da vida das pessoas.

Voce se da conta que esta na rua, sozinho, sendo desconstruido pelas pessoas e a sociedade de um modo geral, sente aquele vazio da terapia, realiza que só tem voce buscando na vida, nos alicerces que te fizeram chegar ate esse momento, para dizer, sem falsidade, sem falso moralismo, sem sacanagem, o que voce pensa sobre um assunto que possivelmente não terá a menor condicao de resolver.

Culpa do eleitor, porque não se lembra em quem votou e igualmente não sabe dizer o que pode e o que não pode o candidato fazer. Culpa do  sistema que é assim e da justiça eleitoral que só funciona fora de época. Parece brincadeira, mais não é. Parece que não foi feito para funcionar mais não é, o assunto é sério e influi na vida de todos nós.

É pedir voto é foda, agora sei proque tem gente que acha mais facil dar ou pedir esmola; dizer algo tipo mae sou gay; inventar qualquer outra realidade do que assumir a candidatura, andar pelas ruas e viver a pedrada que é pedir voto no rio de janeiro. Tudo isso, em procura do voto sincero, honesto, do tipo que se deposita a esperança, que não vale dinheiro, churrasco, nao ajuda no futebol e nem porque recebi vou te ligar todo o dia.

Outro tabu: quem vota, independente de eleger ou não o candidato, pode ficar esquecido por falta da onipotência e onipresença do candidato… ??? pode.

Porque a confiança não implica em escravidão ou subserveniencia daquele que recebe com aquele que vota.

Não. Implica em saber e acreditar que aquela pessoa é digna de te representar, que ela no final das contas tem a cabeça no lugar e, na suruba que se tornou a politica do toma-la-da-ca brasileira, o seu candidato nao vai se corromper e/ou tomar decisão em favor de um grupo ou pensando em clientelismo.

Que o seu candidato é um ser político com nome e sobrenome,  não carrega ao lado o adjetivo do que é nem a qualidade do que faz, nao é o cara da escola, o medico do posto, o fulano do curso, o beltrano da rua,  do profissional, enfim melhor eleger quem tem nome e sobrenome para depois não ficar indignado com o assistencialismo e clientelismo dos outros, uma grande demagogia.

Foi nesse panorama que apareci, nesse panorama comecei, e nesse aprendi mais sobre mim mesmo, em parcos 70 dias de campanha do que anos em terapia, porque tudo o que ouvi e pensei sobre mim foi posto a prova, no final saí feliz, vivi um dos sonhos dessa vida que foi emplacar uma candidatura, aprendi muito, nao me prostituí por voto, hoje vejo e consigo entender onde tem e onde nao tem a sacanagem, e o mais importante é buscar nas pessoas que como eu preferem ser virgens disso e usar esse celibato para o bem dos outros.

Nunca foi tao bom ser jovem e careta na politica, e tem gente que acha diferente, tudo bem, o que seria da sociedade se todos fossem obrigados a ser iguais, o que importa sao os nossos ideais, o que pensamos e como tratamos o proximo, afinal, fazer o bem é facil, a vida nao tem replay e ate onde sei não se vive duas vezes a mesma vida.

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