Dia 05 – questão sistêmica

Ontem parei em uma loja para comprar o enésimo cabo carregador de iPhone. Ao chegar no caixa o atendente perguntou o meu CPF.

Para que indaguei?

Precisamos fazer um cadastro afirma ele

Perguntei porque?

Disse o vendedor que seria para efeito de garantia?

Garantia? Como assim? Estou comprando um cabo, de passagem por essa cidade, não voltarei, não reclamarei a garantia, se quebrar eu perdi mesmo.

Senhor, aqui não se vende sem fazer um cadastro.

Ah então é isso, sou obrigado a lhe fornecer minhas informações senão não tem venda.

Essa postura tanto um quanto abusiva de exigir cadastro de informação para realização de uma venda esta se tornando uma prática corriqueira de comerciantes.

Se uma coisa a Lojas Americanas ensinou é que cadastro, quando há fraude, não vale nada. Não justifica nada. Não se sobrepõe a incompetência e ao erro. Cadastro em sistema próprio é estatística furada. Porque no fim do dia os números não batem.

Logo não é crível de se admitir que alguém se esquive de qualquer coisa por conta de um cadastro, essa moeda não deveria ser imposta a nos consumidores, dado o fato que o codigo de defesa do consumidor não impõe como condição de venda o cadastro em qualquer sistema.

Exige minimamente um cupom fiscal, algo que ajude a correlacionar a entrada de dinheiro em um determinado dia com a saída de um produto.

Por outro lado existe inegavelmente uma inteligência na proliferação desses sistemas que exigem nossas informações para realização de qualquer operação.

Ainda que tenha o governo fracassado na edição da lei de proteção de dados que em termos praticos não evitou qualquer segurança e prevenção ao vazamento de informações, pelo contrário, trouxe um adicional de dificuldade e onerosidade ao comerciante, nada mudou.

A lei é tão real quanto a série ilha da fantasia. Como aliás é a realidade do Brasil de transferir a responsabilidade e fiscalização de qualquer coisa por Lei para alguem, geralmente um particular.

É preciso ficar atento a isso. Enquanto os olhos se voltam ao mundo, a imprensa e alguns políticos criam uma perspectiva de nova imagem do Brasil, não passa de espuma.

São muitos os problemas de sistema que vivemos ha anos, alguns sem solução. Não há transparência nem segurança nos cadastros, e agora sabemos nas empresas triplo A listadas no Mercado de Capitais. Não existe segurança jurídica em contrato seja de qual natureza for diante do judiciário. A única coisa certa que o Brasil pode oferecer ao mundo é Juros, justamente aquilo que o Brasileiro esta cansado de pagar, porém não reclama quando seu dinheiro esta numa conta remunerada lá no banco, poupança, cdb ou em qualquer fundo privado da xp.

O Brasil tem o potencial tão somente de prometer juros. As custas da nossa economia, estabilidade, geração de pobreza e falta de desenvolvimento.

Rede bancária no varejo se resume a poucos bancos, basicamente formam um clube. Indústria sem produtos de alto valor agregado. Relação de trabalho e com o governo altamente burocrática. Juriciario bilionario que não leva justiça nem ao pobre nem ao Rico.

Ao fim do dia todos nós estamos refens da tecnologia e do cadastro num sistema ruim.

Bom domingo!

Um comentário em “Dia 05 – questão sistêmica

  1. O cadastro pode não dar garantia alguma ao vendedor em caso de fraude, mas dar o CPF a todo comerciante é de praxe e individualmente um deles não deve ser responsabilizado pela ineficiência do sistema. Mais ainda, se o freguês não tiver CPF, nem por isso o negociante vai negar vender-lhe o produto, de modo que em última instância a escolha é dele, do freguês.

    Fornecer o CPF não é portanto uma imoosição e nem merece tanta elaboração. Fale-se em tempestade em copo dágua!

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