Se liga no passinho

Não é de hoje que somos permeados com a idéia que grandes problemas podem ser resolvidos por coisas simples. Não é que a solução seja complexa contudo percebo um grupo de pessoas que esta abrindo mão de refletir e empreender em prol de copiar. Porque também não faltam estímulos para dizer a geração nova que aí esta, que tudo pode e deve ser resolvido de forma rápida e prática.

O maior desafio nessa equação não é entender a sofisticação do argumento simples para resolver a equação, não. A construção da solução simples advém da absorção de uma série de complexidades, cuja base nos é passada através da educação. Aperfeiçoa-se com o tempo na sua forma continuada.

Como dizer a uma geração que não tem como norte a educação e reage na base do impulso no que a mídia social esta provendo que nada disso importa. Não é a associação de fatos e circunstancias da vida a marca que importa, ou a foto que contém alguma representação do que seria um ideal de vida, a solução para qualquer pessoa. Ainda que possa (e muitas são) ser objeto de reprodução do que na mídia esta, a cópia não contém a bagagem pessoal do aprendizado.

E tudo bem que em algumas áreas, a adoção do genérico veio para ajudar. Não fosse por estes, alguns remédios seriam muito caros até os dias de hoje. Outros específicos, como no campo dos antirretrovirais, se não fosse caro o governo sequer teria entrado. Discussões políticas a parte a cerca da motivação politica ou empresarial de quem esteve no processo de homologação, fato é que nessa área tudo pode.

Em outras não.

A guerra das marcas arregimentou um exército de pessoas que através delas vive, se veste, se identifica, e alguns tem nelas até mesmo um ideal.

O legado do uso excessivo da mídia artificial é uma vida vazia ou baseada na propaganda. Através dela muitos dos temas que são importantes ficam ofuscados. Na mídia social não existe problema de transporte, o BRT funciona e o hospital público presta bom atendimento a todos. Na mídia social pessoas são levadas a idolatrar outras simplesmente porque aparentam ter tudo e serem bem sucedidas.

Fui dizer em uma mídia social que não escuto e desprezo as músicas de uma artista que nivelou por baixo as mulheres, e a pretexto do suposto reconhecimento na verdade as vulgarizou por ideias rasas e atos obscenos, fui bombardeado.

No fim do dia o que espanta é que existe sempre uma música que acompanha esse movimento de rebaixamento da raça humana a condição de cumpridores de tarefa, para que estejam ocupados não se valorizando e que tenham sua autoestima baixa para não refletir, não cobrar, se calar ou mesmo não usar sua voz.

E isto não esta bem.

Uma visão extremista do que hoje tem vai acabar com a nossa formação. Leitura de texto vai ser atribuição de iluminati. Não haverá necessidade de aprendizagem de lingua se o celular já corrige e faz predição. Um Steve Jobs não mais existiria, afinal, não haverá necessidade de aprender caligrafia e pouco importa qual é o tipo de letra.

Da mesma forma que a religião (ou ausencia de) perfaz uma dimensão de nossa cabeça, o aprendizado e aperfeiçoamento dos estímulos através da leitura, interpretação e escrita é fundamental.

Escutar musica faz parte, dançar o passinho também, o bicho pega quando tudo se resume ou se baseia no passinho, ou quando muitos fazem os passinhos e cantam as músicas achando que as letras são mais simples do que as mensagens passadas nas músicas. E na verdade muitas músicas de hoje pregam exatamente o fim de muitas conquistas do passado.

Não adianta fechar o olho e esperar passar, é preciso pensar fora da caixa, quem tiver uma sugestão pode começar respondendo o texto deixando um comentário aqui no aplicativo do wordpress.

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